Eu não queria acreditar, mas é verdade, ele existe! Sim, o amor existe e é tão bom!
Preciso de acordar
Os meus sonhos adormecidos
E de levá-los a lutar
Contra os muros erguidos
pelos meus medos
Sim, amor, tens razão
Como posso voar
Se não acredito que tenho asas?
No meu mundo entraste devagarinho
Como uma suave brisa de Verão
Mas num só gesto quebraste
Todas as amarras dos meus medos
Libertando o meu adormecido coração
Olá, eu sou a Boneca, ou Maria Boneca, como a minha dona me gosta de chamar. Ela anda um bocado aborrecida e diz que a vida dela ainda é mais chata que a vida de gata. Ela não sabe o que diz... A minha vida até é bem emocionante, não pensem que passo o dia todo deitada numa destas cadeiras... Bem, eu até que bem gostava, mas não posso. Agora que até já tenho os filhos criados até podia, mas tenho de fazer pela vida.
Quando não me deixam dormir no sótão, tenho de miar muito até me deixarem entrar. Depois tenho de miar e roçar-me nas minhas donas para chamar a atenção, já que demoram às vezes a dar-me de comer. Sou exigente, admito, tentarem enganar-me com latas de comida baratas não vale a pena. Gosto de boa comida e que me partam tudo em pedacinhos, para me dar menos trabalho. Mas quase nunca consigo comer descansada. O meu dono não me deixa comer dentro de casa e coloca o meu prato no quintal e, por isso, tenho de estar sempre a defender a minha comida dos gatos vizinhos que me a querem roubar. Mas não se preocupem que apesar deste ar manso, eu sou uma leoa no que toca a defender o meu território.
A minha dona acha que eu não trabalho, mas é mentira. Só a trabalheira que me dá andar atrás dos meus donos ou a fugir deles para me deixarem ficar a dormir no sótão... E o tempo que eu perdi a aprender a olhar para eles de forma a que sentissem pena de mim? Foram muitos meses a estudar a forma de olhar correcta e irresistível, por isso agora permito-me passar tardes inteiras numa cadeira ao lado da minha dona quando ela está a pintar e, quando ela se porta bem, deixo que me tire umas fotografias.
E ela ainda diz que a vida de gata é parada! A dela é que é! Anda tão aborrecida que até se põe a escrever coisas sobre uma gata!
Solta-me
Liberta-me das amarras do tempo
e do espaço
Quero o mundo aberto
de portas escancaradas
por onde eu possa entrar
e sair infinitas vezes
Não me lembres que o tempo
é fio de água que corre
até encher o tanque
Não me recordes
que o tempo é ave
que se solta da gaiola
e nunca mais regressa
Os meus blogues
Outras impressões