No sábado encontrei um dos meus primeiros alunos. A cara reconheci logo, depois fui obrigada a fazer um exercício de memória até chegar até ele. Recuei cerca de seis anos no tempo e lembrei-me daquela turma de 9.º ano e daquele aluno, o primeiro e até agora único, ao qual fui obrigada a dar um nível 1. Quis que ele recuperasse e ofereci-me para lhe dar aulas de apoio. Tivémos creio que apenas duas aulas. Passado pouco tempo, ele desistiu de estudar. Na altura já tinha 19 anos. Encontrei-o a trabalhar num café/ bar, disse-me que em breve ia partir para a Madeira e trabalhar na área da restauração. Achei piada ao facto de hesitar no modo de tratamento, afinal separam-nos apenas 3 anos, mas durante o tempo em que fui professora dele sempre me tratou com respeito e nunca questionou, ao contrário de outros, a minha autoridade.
Hoje encontrei outro ex-aluno. Foi meu aluno no ano passado. Notei logo a alteração física - está mais alto - mas a grande diferença que senti foi quando lhe ouvi a voz: já não era a voz de menino, era uma voz a tender para o grave, a querer tornar-se homem.
Os meus primeiros alunos são já todos considerados adultos. Sei que há alguns que em breve serão enfermeiros, advogados... E quando os encontro tenho a grande alegria de recordar o passado e olhar o futuro, porque um dia partilhámos um presente.
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