A minha avó
Ontem a minha avó fez anos. 81, mas quem olha para ela não pensa que ela possa ter essa idade. Ainda há poucos meses ela trabalhava a fazer limpezas em casa de duas senhoras como fez toda a vida e hoje, felizmente, continua a fazer a vida dela normal sem estar dependente de ninguém. Ontem, pela primeira vez em 28 anos, não pude estar com ela no dia do seu aniversário, mas a ausência ainda me fez estar mais próxima.
Há uns anos entrei numa espécie de conflito unilateral com a minha avó. Digamos que a culpei por não ter tido um certo tipo de vida, isto quando achava que deveria ser como outros. Foi uma crise de adolescência tardia, em parte justificada pelo facto de a minha avó ter sido sempre a matriarca da família e obrigando, de várias formas (chantagem emocional incluída) toda a gente a fazer o que ela queria.
Depois da minha saída da casa dela, a mudança de emprego do meu pai e finalmente a "aposentadoria" dela, ela teve de adaptar-se a uma nova vida. Isso não foi fácil, mas eis que aos 81 anos, a minha avó criou, pela primeira vez, um grupo de amigas. Vão caminhar juntas, ou,quando a minha avó não pode, passam por casa dela para contar as peripécias do dia.
Por muitos defeitos que a minha avó tenha, uma coisa eu tenho de reconhecer: à sua maneira ela é uma grande mulher que trabalhou muito e se sacrificou pela família e, sim, gosto muito dela.
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