Terminou hoje. Foi uma semana intensa de trabalho. Nunca pensei vender tantos colares e descobri algumas coisas interessantes, em jeito de balanço:
1. Os espanhóis, regra geral, têm mau gosto;
2. A maioria das pessoas que frequenta feiras de artesanato vai tirar ideias para copiar;
3. Feiras no mês de Setembro geram más vendas;
4. As minhas placas para colocar nas portas (que podem ver aqui) foram muito apreciadas
5. Tenho mais jeito para as artes decorativas e bijutaria do que eu pensava;
6. Cria-se um clima de camaradagem com os outros expositores, apesar de sermos concorrentes;
7. Nunca imaginei ir tantas vezes ao Rossio
8. Gostava de voltar a participar numa feira deste tipo.
Tenho estado a participar numa feira de artesanato. Começou no sábado e prolongar-se-á até domingo.
O fim-de-semana foi agitado, marcado pela montagem da exposição, pela alegria da primeira venda, pelo contacto com os outros expositores e também pelo conhecimento da família Miranda (mira e anda).
A semana começou mal. Apanhei muito frio, mas hoje o dia e a noite estiveram convidativos e as coisas correram melhor.
De resto tem sido uma experiência interessante: a "vizinhança" é simpática e quebra a monotonia das horas mortas "em que não se passa nada".
Para mim a amizade é, sem dúvida, um sentimento muito importante, mas que parece cada vez mais difícil de encontrar.
Para mim a grande dificuldade está em confiarmos no outro. Como podemos saber se a outra pessoa é sincera e se não vai trair aquilo que lhe confiamos? Não sabemos... A única coisa a fazer é arriscar.
Na infância parece fácil criarmos amigos. Brinca-se com o outro e o crescimento em conjunto, a partilha da aprendizagem em comum constroem uma relação única. Mas e a amizade na idade adulta, será possível?
Eu considero-a possível, mas, reforço, difícil de conseguir num mundo onde o egoísmo e o egocentrismo parecem imperar, por isso, quando descobrimos uma pessoa com quem podemos realmente contar nos bons e nos maus momentos, é como se tivéssemos descoberto um grande tesouro de valor incalculável.
No dia 4 celebrei mais um aniversário. Estou a ficar velha, pelo menos é o que diz o bilhete de identidade. 29 anos. A um ano de chegar aos trinta, sinto-me hoje quase mais jovem do que há 10 anos.
Também este blogue completou 2 aninhos no dia 6. Às vezes gosto de ler os artigos mais antigos, coisas de que já não me lembrava e que parecem ter acontecido há muito tempo.
Fazer anos é uma tolice, como dizia João de Deus, mas é bom e ainda bem que repetimos a mesma asneira todos os anos.
DIA DE ANOS
Com que então caiu na asneira
de fazer na quinta-feira
vinte e seis anos! Que tolo!
Ainda se os desfizesse...
Mas fazê-los não parece
de quem tem muito miolo!
Não sei quem foi que me disse
que fez a mesma tolice, aqui o ano passado...
Agora, o que vem, aposto,
como lhe tomou o gosto,
que faz o mesmo. Coitado!
Não faça tal; porque os anos
que nos trazem? Desenganos
que fazem a gente velho;
faça outra coisa; que, em suma,
não fazer coisa nenhuma,
também lhe não aconselho.
Mas anos, não caia nessa!
Olhe que a gente começa
às vezes por brincadeira,
mas depois, se se habitua,
já não tem vontade sua,
e fá-los, queira ou não queira!
João de Deus
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