Por estes dias tenho-me sentido mais leve. Não, não perdi uns quilinhos (bem que precisava), mas livrei-me de um peso que me andava a roubar anos de vida. Por isso quando hoje me disseram que achavam que eu tinha uns 18 anos, senti que essa pessoa estava coberta de razão, porque me sinto de novo jovem. E tudo porque me livre das aulas e dos alunos.
Sei que isto é terrível de dizer, mas a verdade é que este foi o pior ano lectivo dos últimos anos. Estive à beira da depressão, cada dia em que tinha de ir para a escola era um suplício e foram muito poucos os dias em que saí de lá com um sorriso.
O trabalho ainda não terminou. Amanhã, por exemplo, tenho de me levantar cedo para conseguir estar na escola às 8 e meia para vigiar um exame. Mas é diferente... já não sinto o peso dos dias e até o caminho para a escola, o apeadeiro desconfortável, a rua estreita e suja que conduz à estrada onde os carros passam sempre a grande velocidade, tudo me parece mais aprazível.
Além do mais já entreguei a bendita ficha de auto-avaliação. Agora o senhor Presidente que decida a nota que eu mereço. Não foi dos meus anos mais brilhantes como professora, mas cumpri a minha missão o melhor que pude e à custa de muitos sacrifícios.
Agora, já tenho tempo para me dedicar a uma das coisas de que mais gosto: ensinar e ajudar quem quer aprender.
Hoje ganhei como aluno um senhor de 65 anos que quer aprender a falar francês. e surpreendeu-me porque me disse que queria aprender as bases, a gramática, aquilo que é importante para ele poder aplicar e comunicar depois com a neta que vive na Suiça. Dizia-me ele que quando era novo quis estudar e não pôde, teve de ir trabalhar. Que diferença em relação ao que acontece hoje!
Tenho a impressão que quem vai aprender mais sou eu.
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