Sábado, 4 de Fevereiro de 2006
Quando andava no liceu havia uma turma que tinha cinco alunos surdos. Às vezes obeservava-os a conversar entre eles e era eu quem me sentia diferente, como uma estrangeira por desconhecer a língua que eles falavam.
Durante muito tempo persistiu o fascínio pela língua gestual. Gostava de ver o Jornal da Tarde no Canal Dois, porque era traduzido para linguagem gestual e ficava espantada coma velocidade com que a intérprete reproduzia uma quantidade de palavras através de gestos mais ou menos perceptíveis para mim. Também o susto que tive em Maio do ano passado, quando momentaneamente fiquei praticamente surda e sem voz, despertou a minha consciência para o mundo dos surdos e/ ou mudos.
Agora, finalmente, surgiu a oportunidade de aprender língua gestual. Comecei hoje uma oficina de língua gestual e gostei muito. A formadora é uma jovem surda profunda. Contou-nos, embora poucos sons pronuncie, que nasceu "normal", mas quando era muito pequena teve uma otite e ficou surda. Descreveu-nos ainda como foi difícil para ela frequentar a escola e como as escolas rejeitavam a sua matrícula, coisa que hoje, já não acontece.
Aprendi o alfabeto e os números até 10, mas há todo um vocabulário por aprender...