Terça-feira, 25 de Outubro de 2005
#1
Acabo de chegar de uma das minhas aulas de iniciação ao teatro. Chego sempre de lá muito enriquecida, sentindo as ideias borbulhando e as emoções ainda soltas. Os elementos do grupo que se reúne para 3 horas diferentes todas as segundas-feiras, são de faixas etárias variadas, de diferentes proveniências, uns mais experientes do que outros nas técnicas de representação, e com objectivos diferentes a retirar destas aulas.
Pela minha parte há dois motivos que me puxaram para frequentar o curso: um, a concretização de uma vontade antiga, um pequeno teste às minhas capacidades; o outro, aprender algumas técnicas que me possam auxiliar na minha profissão. Em suma, busco ali um enriquecimento quer pessoal, quer profissional.
#2
Dentro do grupo existem pessoas de extraordinário talento, capazes de por exemplo nos contarem uma história usando apenas o corpo, ou detentoras de uma voz potente. Mas ali parecem não existir diferenças, cada um funciona por si mas também com os outros.
São os miúdos que eu admiro mais. Falo de miúdos com idades entre os 14 e os 16 anos, dotados de uma grande sensibilidade e de um grande talento.
Na última sessão trabalhei com uma miúda talvez de 15 anos. A professora indicou-nos que deveríamos simular uma tortura, mas uma tortura à distância, usando apenas o gesto: eu fingia que a torturava e ela tinha de corresponder aos meus gestos. Foi surpreendente, enquanto eu simulava que lhe batia, ela virava-se, contorcia-se e tudo com uma expressão facial extraordinária, captando o medo e a angústia que alguém numa situação daquelas deveria sentir. Fantástico.
#3#
-Tens de estar atento ao outro, pôr-te na pele dele. Observa-o, identifica o que ele te está a transmitir. Confia no outro, deixa-te guiar.
-Agora tu e ele vão improvisar uma cena, só podendo dizer as seguintes palavras...
Improvisar é uma das tarefas mais difíceis, principalmente quando o improviso é a dois e não fazemos ideia do que o outro está a pensar fazer, só sabemos que temos de interagir com ele.
Mas no fundo o que fazemos nós nesta vida? Improvisamos quotidianamente. O problema é que não temos uma professora que nos oriente para a concretização de uma cena e se representarmos mal as consequências serão muito piores do que ser vaiado pelos espectadores.
De Anónimo a 25 de Outubro de 2005 às 10:48
Aí está uma óptima sugestão: aulas de teatro. Concordo que seria uma oportunidade de enriquecimento pessoal e profissional. Ainda bem que estás a ter algumas e a apreciar. Se algum dia tiver essa oportunidade não hesitarei.Mauro
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