Desde o início do ano que me "andava a fazer" a mais duas horas no meu horário. Considerei-as minhas por direito: sou a professora da turma que tem um aluno estrangeiro, que por lei, tem direito a apoio a Língua Portuguesa. Muitas pessoas se puseram do meu lado, o Conselho Pedagógico decretou em Dezembro que o aluno devia usufruir do apoio, mas o que é certo é que só agora me atribuiram essas duas horas. Para quem não esteja por dentro da vida de professor contratado, terá alguma dificuldade em compreender o meu interesse em obter mais duas horas de trabalho. É que a luta de qualquer professor na minha situação, é sempre obter tempo de serviço que lhe permita aproximar-se de uma posição em que possa integrar o quadro. Até agora eu precisava de trabalhar quase três semanas para completar uma semana de serviço. Fiquei satisfeita com a notícia de que ia ter mais duas horas. Mas essa espécie de "presente" trouxe consigo contrapartidas. Bem costuma dizer o meu pai "ninguém dá nada a ninguém". Pois é, é que para além de ser obrigada a ficar na escola uma manhã inteira para dar apenas 90 minutos de aulas, ainda sou obrigada a dar mais uma hora de trabalho gratuito à escola, pois passo a ter uma "hora de estabelecimento". E em que pretendem que ocupe essa hora? Aqui é que está a gota de veneno: a adaptar os testes dos meus colegas em função das dificuldades do meu aluno... É que pelas reacções que alguns dos meus colegas têm tido em relação a tudo o que toque alterar instrumentos de avaliação, ter uma colega a mexer "no que é deles" não vai ser facilmente aceite por alguns. |
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