Às vezes, por alguns momentos, sinto inveja daquelas pessoas cujo percurso de vida se assemelha a uma estrada quase direita, com uma curva de longe a longe. Parecem seguir sempre em linha recta, nunca se desviando do rumo traçado. Mas são pessoas de uma só cor que, seguindo o azul, desconhecem o amarelo, o verde e o rosa. É tudo infinitamente azul.
O meu início de vida também foi assim, com uma pequenina excepção: eu sabia da existência das outras cores. Andei praticamente em linha recta durante quase vinte e dois anos, depois tudo mudou: curvas, contra-curvas, desvios e mais desvios, muitas rotundas, muitas mudanças de direcção a ponto de já não saber qual era a cor da estrada que devia seguir. Mas tirando os sinais de stop onde fiquei parada durante demasiado tempo e me fizeram perder certos comboios, ter conhecido o rosa, o vermelho e o azul não foi perda de tempo. Só tem tornado o minha estrada de paralelos amarela mais interessante, dando-lhe nuances que não imaginaria que pudesse vir a ter.
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